O autêntico princípio enquanto salto é sempre um salto antecipativo em que o que ainda há de vir já está ultrapassado, se bem que veladamente. [GA9:64]
É a partir da conferência Moíra que Heidegger vai dizer que, no fragmento de Parmênides, a expressão aparece numa proposição subordinada, acrescentada sem barulho, mas que, ainda assim, está lá. Assim é. Moíra é o envio, o desdobrar-se que tem início desde este envio, e o retorno ao mesmo. Envio é o que os gregos denominavam de ormh, ou (…)
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Zwiefalt
pli / dobra
Matérias
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Luzie (1999:29-36) – Moíra
10 de outubro, por Cardoso de Castro -
Luzie (1999:24-29) – A Dobradura [eón - Zwiefalt]
10 de outubro, por Cardoso de CastroCom um pouco de exagero, nós podemos afirmar: o destino do Ocidente depende da tradução da palavra eón. [GA9:345]
Este sentido peculiar de μοίρα como o envio do ἐόν, isto é, como o envio do movimento e, portanto, o destino do Ser, foi muito pouco pensado pela tradição filosófica, uma vez que é o sentido originário e primevo da palavra Ser.
É importante ressaltar que quando Heidegger inicia a interpretação da frase de Parmênides, ele se dá conta de que Parmênides não está falando de modo (…) -
Deleuze (2013:119-121) – Ser-saber
27 de outubro, por Cardoso de CastroSendo o saber constituído por duas formas, como haveria intencionalidade de um sujeito em direção a um objeto, se cada uma das formas tem seus objetos e seus sujeitos? E, entretanto, é necessário uma relação entre as duas formas que seja determinável e que saia de sua "não-relação”. O saber é ser, é a primeira figura do ser, mas o ser está entre duas formas. Não é justamente o que dizia Heidegger, com o “entremeio”, e Merleau-Ponty, com o “entrelaçamento ou o quiasma”? Na verdade, não é de (…)
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Luzie (1999:37-42) – Destino [Geschick]
10 de outubro, por Cardoso de CastroO apelo, enquanto destinação, é alguma coisa tão pouco compreensível e estranha ao pensamento que ele permanece aquilo que há para propriamente pensar. [GA8:104]
Destino diz o ritmo pulsante no qual as coisas não cessam de acontecer. Movimento de aproximação e de afastamento do começo, da partida. Palavra tão fundamental em nossas vidas, experiência que nos circunda e que nos toma, ainda que a ponhamos de lado, ainda que viremos as costas para ela. Ainda que nos angustiemos com a sua (…) -
Deleuze (2013:116-119) – a dobra
27 de outubro, por Cardoso de CastroMas há uma razão positiva mais profunda. É que a própria dobra, a reduplicação, é uma Memória: "absoluta memória” ou memória do lado de fora, para além da memória curta que se inscreve nos estratos e nos arquivos, para além das sobrevivências ainda presas aos diagramas. Já a existência estética dos gregos solicita essencialmente a memória do futuro e, rapidamente, os processos de subjetivação são acompanhados de escrituras que constituíam verdadeiras memórias, hypomnemata. Memória é o (…)