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Mitchell (2015:Intro) – finitude
segunda-feira 30 de setembro de 2024
[…] Pensar a finitude de uma coisa é pensá-la como limitada, mas para Heidegger essa limitação deve ser pensada positivamente. Pensar o finito é pensar a limitação de uma coisa como a superfície de sua exposição ao mundo além dela. O limite de uma coisa é sua interface com o que está além dela. Mas isso significa que ser finito é estender-se para além de si mesmo e entrar em uma multiplicidade de relações. Podemos dizer que a finitude é um tipo de “radiância” relacional. Ao pensar a finitude dessa forma “extática”, tornamos a relação com um além essencial para o que é a coisa finita. Isso significa que é impossível pensar na finitude sem uma consideração concomitante desse além (o finito nada mais é do que essa conexão ou relação). Para que a existência finita seja extática, então, implica, por sua vez, que o “além” da coisa não seja um vazio, mas que seja essencialmente capaz de transmitir essas relações radiantes. Ou seja, ser finito é existir além de si mesmo e essa maneira de existir requer um meio capaz de suportá-la. Essa noção de “meio”, que tentarei desenvolver a seguir, é endêmica para um pensamento heideggeriano de finitude e, para Heidegger, esse além, esse meio, é o mundo. Em termos simples, pensar a finitude das coisas é pensar a mediania do mundo.
[MITCHELL , Andrew J. The fourfold: reading the late Heidegger. Evanston (Ill.): Northwestern university press, 2015]
Ver online : Andrew Mitchell