Casanova
Em sua essência, o ente que nós mesmos respectivamente somos, o homem, é um neutro. Denominamos esse ente: o ser-aí . Todavia, faz parte da essência desse ente neutro o fato de ele, contanto que exista, a cada vez, de maneira fática, necessariamente romper a sua neutralidade. Ou seja: como um ente fático, o ser-aí sempre é, a cada vez, masculino ou feminino, ou seja, ele é um ser sexuado; esse fato encerra em si um um-com-o-outro e um um-em-relação-ao-outro totalmente (…)
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Geschlecht
Heidegger joga aqui com uma ambiguidade constitutiva do termo alemão Geschlecht. Esse termo designa em alemão tanto sexo quanto gênero. Para acompanhar essa ambiguidade do termo alemão, traduzimos acima a expressão Geschlechts-Verhältnis por “relação de sexos ou relação de gêneros”. Com isso, o “ou” é para ser entendido nesse contexto como uma explicitação e não como uma disjunção. Jacques Derrida discutiu minuciosamente as reticências heideggerianas presentes no texto acima em seu excelente De L’esprit. Heidegger et la question que em português recebeu o título Da questão. (Casanova :Nota GA27 )