Erfahrung

Erfahrung, experiência, experience, experiencia, experienciar, fazer uma experiência

Fazer uma experiência com algo, seja com uma coisa, com um ser humano, com um deus, significa que esse algo nos atropela, nos vem ao encontro, chega até nós, nos avassala e transforma. “Fazer” (machen) não diz aqui de maneira alguma que nós mesmos produzimos e operacionalizamos a experiência. Fazer tem aqui o sentido de atravessar, sofrer, receber o que nos vem ao encontro, harmonizando-nos e sintonizando-nos com ele. É esse algo que se faz, que se envia, que se articula. (GA12:149; GA12MS:121)


VIDE: (Erfahrung->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Erfahrung)

expérience (ETEM)
experience (BTJS)

NT: Experience (Erfahrung: learning encounter), 22, 59, 82, 91, 97, 99-100, 150, 155, 158, 171, 176, 183, 185, 201, 204, 224, 234-239, 243, 279, 286, 292-295, 304-306, 318-319, 324, 425, et passim; fact of, 257; of conscience, 291-292; in the later marginal remarks (=fn), 207fn (existential-ontological), 270fn (“the experiencing of this Being”). See also Encountering (BTJS)


Erfahrung é bastante diferente. Heidegger faz um breve resumo da história da palavra (GA65, 159ss Cf. GA5, 73ss; GA41, 69ss):

1. A experiência é primeiramente passiva: cruzamos com algo sem ir à procura disto.

2. Na experiência ativa, nós ” via-jamos” (er-fahren (erfahren)) para procurar por algo.

3. Vamos ao encontro de algo para ver (talvez com auxílios artificiais tais como microscópios) o que lhe acontece sob condições variáveis, tanto aguardando pelo surgimento das novas condições, quanto intervindo para produzi-las.

4. Experimento: nós intervimos em algo para ver o que lhe acontece se fizermos isso e aquilo, só que agora nós o fazemos por “antecipação (Vorgriff, ‘concepção prévia’) de regularidade, p.ex., quando isto — então aquilo” (GA65, 161).

5. O experimento moderno envolve essencialmente a medição “exata”. Os objetos são privados de suas essências e considerados como meras individualidades conformes a regularidades matemáticas. Tais regularidades determinam anteriormente aquilo que conta como objetivo. Cientistas não praticam experimentos exatos com o intuito de descobrir se a natureza se conforma a regularidades matemáticas; eles os praticam porque pressupõem uma projeção da natureza como matemática. O experimento é, neste sentido, bastante diferente da “experiência”: “a ciência torna-se racional-matemática, i.e., no sentido mais elevado não experimental” (GA65, 163). “Experimento” e “experiência” já foram antes contrastados com a prática medieval de examinar autoridades e opiniões prévias. Atualmente, contrastam-se com a mera observação e descrição, que não são guiadas por nenhuma “antecipação” matemática. (DH:61)


Erfahrung (die): «experiencia». En las primeras lecciones de Friburgo, se remarca la idea de que la vida es fundamentalmente experiencia. No es algo cerrado y de espaldas al mundo, sino que se expresa a sí misma en y a través de estructuras significativas que se pueden comprender con ayuda de una adecuada ciencia originaria de la vida (Urwissenschaft). Erfahrung remite más al hecho de aprender o descubrir algo a partir del mundo exterior, mientras que Erlebnis indica una experiencia con un intenso efecto sobre la vida interior de uno. Véanse también las entradas Ausdruck (der), Erlebnis (das) y Faktische Lebenserfahrung (die). (GA58, pp. 66-69, 101, 106-107, 110, 114, 133, 157 (experiencia de la vida), 210; GA59, p. 173; GA60, pp. 73 (experiencia religiosa fundamental), 231 (existencia), 245 (experiencia fáctica); GA61, p. 91; GA20, p. 18.) (LHDF)