Un-zuhause

Un-zuhause, Unzuhause, le hors-de-chez-soi, pas-chez-soi, não-ser-em-casa, não sentir-se em casa, not-being-at-home, Nicht-zuhause-sein

Heidegger caracteriza a indeterminação do ser-possível (Sein-können), tal como essa indeterminação se torna visível na angústia (Angst), como “estranheza” (Unheimlichkeit): “Na angústia se está ‘estranho’”((O termo estranho possui por correlato no original o adjetivo unheimlich. No étimo desse adjetivo temos o substantivo Heim, que significa literalmente pátria. Unheimlich diz, assim, o que não é próprio à pátria, o que não é familiar. Não-estar-em-casa (Nicht-zuhause-sein) é extraído como que analiticamente de unheimlich. (N.T.) (SZ, 188); e, na medida em que a estranheza é também denominada “o não estar em casa”, mostra-se de maneira particularmente significativa que se trata aqui de um fenômeno que só pode ser compreendido a partir do caráter diferencial da liberdade (Freiheit): só se consegue experimentar a “estranheza” como privação do “estar em casa” na esfera pública, porque se está inicialmente em casa em uma tal esfera. Mas se o estar em casa possui seu começo no ser possível, o “fora-de-casa (…) precisa ser concebido existencial-ontologicamente como o fenômeno mais originário: “O ser-no-mundo familiarizado e aquietado é um modo da estranheza do ser-aí, não o inverso” (SZ, 189). Apesar disso, Heidegger pode dizer igualmente que o “ser-em (…) advém no ‘modo’ existencial do fora-de-casa” (SZ, 189), de modo que com a angústia também se torna possível pela primeira vez um compreender próprio e um discurso próprio. (Figal; FLFigal:184)


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