Agora é a ocasião de voltar à questão sobre o conceito cristão de logos, especialmente, o do Novo Testamento. Para uma exposição mais exata, deveríamos distinguir entre os Sinóticos e São João. Em princípio, porém, pode-se dizer: no Novo Testamento Logos não significa, desde logo, como em Heráclito, o Ser do ente, a unidade de reunião do que tende a opor-se, mas entende significar um ente particular, o Filho de Deus. E esse no papel de Mediador entre Deus e os homens. Essa representação do Logos do Novo Testamento é a mesma da filosofia da religião dos judeus, que Filão construiu. Em sua doutrina da Criação atribui ele ao Logos a determinação de mesites, de mediador. Em que medida é ele logos? Pois na tradução grega do Antigo Tstamento (A Septuaginta), logos é o nome para a palavra, e palavra no sentido preciso de ordem, mandamento: oi deka logoi são os dez mandamentos de Deus (o Decálogo). Assim logos significa: keryx, aggelos, o mensageiro, o enviado, que transmite ordens e mandamentos; logos tou staurou é a palavra da Cruz. Ora, a mensagem da Cruz é o próprio Cristo; ele é o Logos da salvação, da Vida Eterna, lógos zoes. Um mundo separa tudo isso de Heráclito. (GA40; GA40ECL)