Drang, impulsion, appétit, impulso, urge
O impulso (Drang) “de viver”, ao oposto (da inclinação), é um “para-algo” (Hin-zu) que traz consigo, a partir de si, o que o move. E um “para-algo a qualquer preço”. O impulso procura afastar outras possibilidades. Aqui também o ser-adiantado-em-relação-a-si-mesmo (Sich-vorweg-sein) é impróprio, mesmo que (545) ser atacado pelo impulso provenha do impulsivo ele mesmo. O impulso pode atropelar o respectivo encontrar-se (Befindlichkeit) e o entender (Verstehen). Mas o Dasein não é então, nem nunca, um “mero impulso” ao qual por vezes sobrevêm outros comportamentos (Verhaltungen) de controle e de direção; mas, como modificação do completo ser-no-mundo, o Dasein já é sempre preocupação (Sorge). (SZ:195; STCastilho:545)
Drang é o termo que Heidegger explora para extrair toda a riqueza de sentido da vis de Leibniz. Drang equivale originariamente ao termo grego ορμέ que vem de όρμάω: excitar. Desta forma verbal grega origina-se a palavra portuguesa hormônio: princípio ativo das secreções internas. Traduzo Drang por pulsão que vem de pulsar, impelir, repelir. Bater, ferir, tocar, tanger. Palpitar, latejar, arquejar. Pulsão como Drang distingue-se e opõe-se a instinto, porque não exige um objeto correlato. O termo pulsão, além de reproduzir o sentido de Drang, possui a vantagem de permitir o jogo semântico que o filósofo realiza pelo uso de prefixos com Drang. Além das formas verbais podemos formar, em português: com-pulsão, ex-pulsão, im-pulsão, re-pulsão (N.T. GSMC:91)
VIDE: (HyperHeidegger->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/entry.php?entryID=1178)
VIDE: (Drang->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Drang)
impulsion (ETEM)
urge (BTJS)
pulsão (Ernildo Stein)
NT: Urge (Drang), 10, 194-196. See also Care; Predilection; Willing; Wishing (BTJS)
Drang é o termo que Heidegger explora para extrair toda a riqueza de sentido da vis de Leibniz. Drang equivale originariamente ao termo grego horme, que vem de hormao: excitar. Desta forma verbal grega se origina a palavra portuguesa hormônio: princípio ativo das secreções internas. Traduzo Drang por pulsão, que vem de pulsar: impelir, repelir. Bater, ferir, tocar, tanger. Palpitar, latejar, arquejar. Pulsão como Drang distingue-se e se opõe a instinto porque não exige um objeto correlato. O termo pulsão, além de reproduzir o sentido de Drang, possui a vantagem de permitir o jogo semântico que o filósofo realiza pelo uso de prefixos com Drang. Além das formas verbais, podemos formar, em português: com-pulsão, ex-pulsão, im-pulsão, re-pulsão. A longa história da palavra Drang deu-lhe uma variedade de conotações que dificilmente são percebidas por uma língua com outra história. Desde o termo medieval dang até a exploração que dele faz Max Scheler, Drang passa pelo movimento da literatura alemã Sturm und Drang (1767-1785), pelo idealismo (Schelling), pela filosofia da vida (Dilthey). Heidegger usa a palavra Drang livre de conotações biológicas ou irracionalistas, acentuando-lhe a dimensão transcendental de que necessita para analisar a questão do ser do ente no pensamento de Leibniz, no horizonte de sua ontologia fundamental. (Agradeço ao Prof. Hermann Zeltner, da Universidade de Erlangen-Nürnberg, sempre disponível para clarificar no diálogo questões como esta.) (Ernildo Stein, nota em MHeidegger)