Ich

Ich (das): «yo». Heidegger repite en multitud de ocasiones que el yo no se puede entender ni como sujeto ni como substancia. El yo no es una cosa con propiedades definidas; tan solo expresa una estructura intencional y como tal está situado histórica y temporalmente. Véase también la entrada Selbst (das), Selbstheit (die). [GA56/57, pp. 73, 89, 117; GA58, pp. 159, 164-165; AKJ, p. 30 (yo como el sí mismo histórico y fáctico); GA59, pp. 109-110, 122 (puro), 124-128, 131-137 (yo puro), 151 (unidad), 164 (destrucción; yo puro / concreto); GA60, p. 331 (puro); GA61, pp. 95, 172-174, 176; GA20, pp. 131 (puro), 154 (Husserl), 317 (= tiempo), 343 (yo, tú, él); GA21, pp. 227 (unidad del Dasein bajo el título yo), 330 (Kant), 332; GA24, pp. 179s (Kant: categorías de la naturaleza ≠ categorías del yo), 206-207 (interpretación ontológica del yo), 394 (relación yo-tú), 412; SZ, pp. 115-117, 130, 322.] [LHDF]


Heidegger é geralmente hostil a das Ich. Ele o associa a teorias que isolam o eu do mundo e dos outros entes, como um caracol em sua concha (GA20, 223s), que tratam o eu como objeto de observação teórica e o consideram como uma coisa ou substância. O eu não é idêntico ao si mesmo: “Este ‘eu-em-sentido-puro’, este ‘eu-ponto-de-referência’, é apenas um acompanhamento vazio. Não ajuda a ter experiências, sendo inadequado para o papel do si mesmo” (GA58, 247). Em geral eu não focalizo em mim mesmo, explícita ou isoladamente, o meu envolvimento com as coisas e com os outros: “Eu experimento a mim mesmo, deparo-me comigo mesmo, de todos os modos possíveis, mas sempre exatamente como eu experimento outras coisas: o relógio na escrivaninha, os grifos, as notas de rodapé no texto acadêmico. Em um círculo social, estamos todos nos divertindo ou pensando sobre algo, […] eu mesmo me misturo ao grupo [Mitwelt], eu não preciso estar lá de nenhuma outra maneira, na experiência fugidia” (GA58, 97). Desde o início, Heidegger descreve tal consciência cotidiana e derivada de si como das Michselbsthaben, “ter-a-mim-mesmo”. Ter a mim não significa focalizar o eu como objeto, inferir das minhas experiências um eu experimentador, ou enxergar o eu como o resultado de um agregado de todas as minhas experiências. Ele é “o processo vivo de ganhar e perder familiaridade com a própria vida concretamente vivida, […] Eu tenho a mim mesmo significa: a situação viva torna-se inteligível” (GA58, 165s Cf. GA9, 29). [DH:56-57]