O cálculo 1 – estabelecido pela primeira vez no poder 2 por meio da maquinação da técnica 3, maquinação essa que se funda, em consonância com o saber, na matematização; aqui a conceptualidade prévia 4 se mostra obscura em termos de sentenças diretrizes e de regras 5, e, por isso, a segurança da direção e do planejamento, o ensaio 6; a inquestionabilidade 7 do atravessar de algum modo; nada é impossível, se está certo do “ente”; não se necessita mais da pergunta sobre a essência da verdade 8; tudo tem de se orientar pelo estado respectivo do cálculo; a partir daí, o primado da organização, recusa a uma mudança que cresça livremente desde o fundamento; o incalculável é aqui apenas o ainda não dominado pelo cálculo, mas que em si pode ser expressamente capturado; portanto, de modo algum aquilo que se encontra fora de todo cálculo; em instantes “sentimentais”, que não raramente estão precisamente sob o “domínio” do cálculo, o “destino” 9 e a “providência” 10 são tomados por empenho, mas nunca de tal modo que poderia emergir daquilo que é aí conclamado uma força configuradora 11, que poderia algum dia indicar os limites da mania do cálculo. [119]
O cálculo é visado aqui como a lei fundamental do comportamento 12, não como a mera reflexão e até mesmo a astúcia 13, que pertencem a todo modo de agir humano 14.
[HEIDEGGER, Martin. Contribuições à Filosofia (Do Acontecimento Apropriador). Tr. Marco Antonio Casanova. Rio de Janeiro: Via Verita, 2014, §58]- ?Berechnung[↩]
- ?Macht[↩]
- ?Machenschaft] der [?Technik[↩]
- ?Vorgriff[↩]
- Leitsätze und Regeln[↩]
- Sicherheit der Lenkung und Planung, der Versuch[↩]
- ?Fraglosigkeit[↩]
- Wesen der Wahrheit[↩]
- ?Schicksal[↩]
- ?Vorsehung[↩]
- gestalterische Kraft[↩]
- Grundgesetz des Verhaltens[↩]
- bloße Überlegung und gar Schlauheit[↩]
- menschlichen Vorgehen[↩]