GA6:267 – pensar o pensamento mais difícil

[…] o pensar o pensamento mais difícil não pode separar o que é pensado do modo como é pensado, que o próprio quid é determinado por meio do como, da mesma maneira que o como é concomitantemente determinado de maneira recíproca pelo quid. […]

Com base na inseparabilidade essencial do modo como o pensamento se dá ante o que precisa ser pensado também é tomada uma decisão importante em um outro aspecto. A distinção entre um conteúdo doutrinário “teórico” do pensamento e seu efeito prático é de antemão impossível. Esse pensamento não pode nem ser pensado “teoricamente”, nem ser aplicado “praticamente”. Ele não pode ser pensado “teoricamente” porque pensar o pensamento exige que o homem seja coinserido no processo de realização do pensar não apenas como agente, mas também efetivamente como ente: que ele se determine e determine o seu canto ao mesmo tempo e não ulteriormente a partir do que há para ser pensado. Enquanto essa determinação não acontecer, o pensamento permanece impensável e impensado, e não há argúcia possível que ajude minimamente a se seguir em frente. Todavia, uma aplicação “prática” do pensamento também é impossível porque ela se torna imediatamente supérflua no momento em que o pensamento é pensado.