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Hermeneutik / hermeneutische Situation / hermeneutische Zirkel / hermeneutische Phänomenologie / hermeneutische Als / hermeneutisch / Hermeneutik des Daseins / Hermeneutik der Faktizität

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Heidegger faz um breve histórico de Hermeneutik, “ hermenêutica”, em GA63  , Ontologia: a hermenêutica da facticidade. Ele começa com o Ion de Platão  , onde Sócrates   chama os poetas de “intérpretes”, hermenes, dos deuses (Ion, 534e4-5). Hermeneuein é a palavra grega para “interpretar”, e hermeneia  , “interpretação”, Auslegung  , que descobre o previamente escondido (GA63, 11). Hermeneutik não é, atualmente, interpretação e, sim, teoria ou estudo da interpretação. Esta disciplina foi sistematizada por Schleiermacher   como “ (a teoria da) arte da compreensão (Kunst  (lehre) das Verstehens]”, primordialmente de textos escritos (GA63, 13). Dilthey  , biógrafo de Schleiermacher, estendeu a hermenêutica às “ciências humanas [Geisteswissenschaften  ]”, que incluem a filologia, mas também o estudo da história, teologia, arte, instituições sociais etc. A hermenêutica é, agora, a metodologia, o estudo do método, de tais ciências. Heidegger usa Hermeneutik para significar “interpretação”, interpretação da “facticidade”, isto é, de nosso próprio DASEIN   (GA63, 14). Esta tarefa filosófica é um desenvolvimento do que o Dasein cotidiano faz. Dasein, essencialmente, interpreta a si mesmo como, por exemplo, um soldado, e tal interpretação de si torna Dasein o que ele é (GA63, 15). Não que Dasein sempre interprete a si mesmo autenticamente: “Dasein fala de si mesmo, mas é apenas uma máscara que usa para si mesmo, com o intuito de não apavorar a si mesmo”; assim fazendo, Dasein adota a interpretação do IMPESSOAL (GA63, 32). O ser está essencialmente escondido sob a tradição. Precisamos, assim, de uma “destruição [Abbau  ] da tradição” (GA63, 71). “Hermeneutik ist Destruktion” (GA63, 105). Interpretar a vida humana é como interpretar um texto recoberto por séculos de exegese distorcida. Precisamos estar certos de que nossa “posição prévia [Vorhabe  ]”, nossa aproximação preliminar, é “original e genuína”, e não adotada da tradição ou do IMPESSOAL (GA63, 80). A posição prévia, visão prévia e concepção prévia pressupostas pela interpretação também são chamadas de hermeneutische Situation, de situação hermenêutica (GA61  , 3, 187; GA17  , 110, 115; SZ  , 232).

Heidegger argumenta que, em seu discurso, a hermenêutica abarca outros sentidos: 1. E, primordialmente, interpretação, “desvelando o sentido [Sinn  ] do ser e as estruturas básicas de Dasein”. 2. Já que a hermenêutica no sentido 1 “apresenta o horizonte para qualquer outro estudo ontológico dos entes que não são do tipo de Dasein, também há hermenêutica no sentido de Schleiermacher”: ela elabora as [80] “condições de possibilidade de qualquer investigação ontológica”. 3. A prioridade ontoló-gica de Dasein sobre os outros entes depende da sua possibilidade de EXISTÊNCIA. Assim, ao interpretar o ser de Dasein, a hermenêutica no sentido 1 precisa analisar a “existencialidade da existência”. Este sentido da “hermenêutica” é “filosoficamente primordial”: a filosofia parte da “hermenêutica de Dasein”, já que todo questionamento filosófico surge da existência e para ela retorna. (SZ, 38, 436). 4. A “hermenêutica de Dasein” “ontologicamente prepara a historicalidade [Geschichtlichkeit  ] de Dasein como a condição ôntica da possibilidade da história [Historie]”. Então, a “metodologia das ciências históricas” enraíza-se na hermenêutica no sentido 3. Este é um sentido derivativo de “hermenêutica”, cf. o sentido de Dilthey (SZ, 37s). [DH  :79-80]


HERMENEUTIK E CORRELATOS