Castilho
A interpretação existenciária da consciência deve pôr à mostra uma atestação, que é no Dasein ele mesmo, do seu poder-ser mais-próprio. O modo como a consciência atesta não é o modo de um informe indiferente, mas um despertar para-adiante dirigido ao ser-culpado. O assim atestado é “apreendido” no ouvir que entende o apelo e não o deturpa, no sentido em que ele mesmo pretende ser entendido. Só o entendimento-da-intimação como modus-do-ser do Dasein dá o conteúdo fenomênico do que (…)
Página inicial > Palavras-chave > Temas > Schuld / schuldig / Schuldigsein / Schulden haben / Verschulden / (…)
Schuld / schuldig / Schuldigsein / Schulden haben / Verschulden / Verschuldung / schuld sein an / sich schuldig machen
Schuld / dette / faute / dívida / deuda / guilt / debt / culpabilité / schuldig / en-dette / devedor / culpado / guilty / Schuldigsein / être-en-dette / estar em dívida / Schulden haben / avoir des dettes / ter dívidas junto a / having debts / Verschulden / acte dont on répond / responder e dever / be indebted / owe / be guilty / be responsible for / be responsible to / Verschuldung / endettement / inculpação / indebtedness / schuld sein an / être responsable / dever-se a / ser responsável de / sich schuldig machen / se mettre en-dette / tornar-se culpado / making oneself responsible
Schuld = Vézin traduit par « faute » ; Martineau par « dette ». Grondin considère aussi « culpabilité ».
Cf. SZ p. 281, et N.d.T. Voir notamment les expressions distinguées en SZ p. 281 sq.: Schulden haben, avoir des dettes, schuld sein an : être responsable, sich schuldig machen : se mettre en-dette. Voir dette, faute, culpabilité. (Martineau)
SCHULD E DERIVADOS
Matérias
-
SZ:295 — querer-ter-consciência
16 de janeiro de 2019, por Cardoso de Castro -
Milet (2000:50-52) – A physis como essência da técnica
29 de julho de 2019, por Cardoso de CastroMILET, 2000, p. 50-52
Pour Heidegger, «l’essence de la technique n’est absolument rien de technique.» L’essence de la technique n’est pas plus constituée par les objets techniques que celle de l’arbre par les arbres. Heidegger a auparavant prévenu : «Si nous répondons à cette essence, alors nous pouvons prendre conscience de la technique dans sa limitation.» L’essence de la technique est ce qui limite la technique. Qu’est-ce qui limite la technique, sinon la physis ? La méditation de (…) -
Être et temps : § 59. L’interprétation existentiale de la conscience et l’explicitation vulgaire de la conscience.
7 de janeiro de 2013, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La conscience est l’appel du souci, venu de l’étrang(èr)eté de l’être-au-monde, qui con-voque le Dasein à son pouvoir-être-en-dette le plus propre. Le comprendre correspondant de l’ad-vocation est, ainsi qu’on l’a établi, le vouloir-avoir-conscience. Il est exclu de mettre sans autre forme (…) -
Être et temps : § 58. Compréhension de l’ad-vocation et dette
1º de julho de 2023, por Cardoso de Castro§58 A este apelo o que responde o Dasein? O apelo, dissemos, procura retirar este último da sua dispersão no Nós e reuni-lo numa totalidade articulada. Ele não diz nada, não dá qualquer acontecimento a conhecer: ele apenas desvela ao Dasein o seu poder-ser fundamental. É por isso que não temos de nos interrogar sobre o que o apelo «diz». Basta constatar que ele «acusa»: «o apelo acusa o Dasein de estar em falta». Que há «falta» (Schuld), todas as doutrinas morais o testemunham. Mas elas (…)
-
Raffoul (2010:4-7) – Responsabilidade
20 de junho de 2023, por Cardoso de CastroIronicamente, essa “ideologia de responsabilidade” predominante é muitas vezes acompanhada por uma negligência singular da reflexão genuína sobre os sentidos da responsabilidade, sobre o que significa ser responsável. A responsabilidade é simplesmente assumida como significando a responsabilização [accountability] do agente livre.
Nietzsche’s critique of morality opens the way for a new engagement with the concept of responsibility, henceforth freed from its association with a metaphysics (…) -
Arendt (LM:182-187) o conceito de Eu em Heidegger
2 de maio de 2017, por Cardoso de CastroHelena Martins
Finalmente, há o conceito de Eu, e é este o conceito cuja mudança na "reviravolta" é a mais inesperada e também a que tem maiores consequências. Em Ser e Tempo, o termo "Eu" é "a resposta para a questão Quem [é o homem] ?", em oposição à questão "O que ele é "; o Eu é o termo para a existência do homem em oposição a qualquer qualidade que ele possa ter. Essa existência, o "autêntico ser um Eu", é extraída polemicamente do "Eles". ("Mit dem Ausdruck ’Selbst’ antworten wir auf (…) -
Être et temps : § 74. La constitution fondamentale de l’historialité.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Facticement, le Dasein a à chaque fois son « histoire », et, s’il peut l’avoir, c’est parce que l’être de cet étant est constitué par l’historialité. Il nous faut maintenant justifier cette thèse, avec l’intention d’exposer le problème ontologique de l’histoire en tant que problème (…) -
Raffoul (2010:8-10) – quatro temas na interpretação tradicional de responsabilidade
20 de junho de 2023, por Cardoso de CastroQuatro temas governam a interpretação tradicional da responsabilidade, o que chamaríamos de quatro "conceitos fundamentais" do discurso tradicional da responsabilidade:
1. The belief that the human being is an agent or a subject, i.e., the reliance on subjectivity (with subjectum in its logical or grammatical sense of foundation) as ground of imputation. A critique of such a subject, whether Nietzschean in inspiration, phenomenological or deconstructive, will radically transform our (…) -
Ricoeur (1990/1991:405-407) – o apelo da consciência
2 de julho de 2023, por Cardoso de CastroNisso tudo, a crítica de Heidegger do sentido comum encontra-se manifestamente próxima da Genealogia da moral de Nietzsche. Como consequência, são rejeitados em bloco o ponto de vista deontológico de Kant, a teoria scheleriana dos valores e, no mesmo movimento, a função crítica da consciência. Tudo isso fica na dimensão da preocupação, a que falta o fenômeno central, o apelo às possibilidades mais apropriadas.
Lucy Moreira Cesar
Esse arrancamento da consciência à falsa alternativa da (…) -
SZ:299-301 – Entschlossenheit - Situation
11 de janeiro de 2019, por Cardoso de CastroSchuback
No termo situação (posição, condição — “estar em posição de…, estar em condições de…” ), inclui-se um significado espacial. Não pretendemos eliminá-lo do conceito existencial. Pois ele também se acha no “pre” da presença. Pertence ao ser-no-mundo uma espacialidade própria, anteriormente caracterizada nos fenômenos de distanciamento e direcionamento. Existindo faticamente, a presença “se arruma". A espacialidade que possui o caráter de presença e sobre cujas bases a existência (…) -
Schürmann (1982:309-313) – responsabilidade
13 de março, por Cardoso de Castrodestaque
O que seria um conceito não-metafísico e não-calculativo de responsabilidade? Deve ser um conceito que desconstrua a dívida de responsabilidade e a autoridade à qual ela é devida. A desconstrução da instância justificadora é a destituição dos princípios epocais. Heidegger delineia a desconstrução da essência calculadora com a ajuda de algumas etimologias. O verbo latino reor deu origem ao verbo alemão rechnen. Esta palavra, Heidegger não a entende no sentido vulgar de "contar", (…) -
Derrida (1999) – perdão
13 de março, por Cardoso de Castrodestaque
Por isso, arrisco-me a fazer esta proposta: sempre que o perdão serve um objetivo, por mais nobre e espiritual que seja (redenção, reconciliação, salvação), sempre que visa restabelecer a normalidade (social, nacional, política, psicológica) através do trabalho de luto, através de uma qualquer terapia ou ecologia da memória, então o "perdão" não é puro — e o seu conceito também não. O perdão não é, nem deve ser, normal, normativo ou normalizador. Deve permanecer excepcional e (…) -
Mulhall: Guilt and Conscience (§§54–60)
31 de maio de 2017, por Cardoso de Castro(excertos de Stephen Mulhall, Heidegger Being and Time)
Heidegger’s reflections on death have so far shown that Dasein’s Being-a-whole is ontologically possible, i.e. that this possibility is consonant with the basic structures of Dasein’s mode of Being. But it is one thing to demonstrate that it is logically possible for Dasein to individualize itself in an impassioned freedom towards death, and quite another to show that, and how, this possibility can be brought to concrete fruition in (…) -
Être et temps : § 62. Le pouvoir-être-tout existentiellement authentique du Dasein comme résolution devançante.
17 de julho de 2014, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
Dans quelle mesure la résolution, si elle est « pensée jusqu’au bout » conformément à sa tendance d’être la plus propre, conduit-elle à l’être pour la mort authentique ? Comment la connexion entre le vouloir-avoir-conscience et le pouvoir-être-tout authentique existentialement projeté du (…) -
Arendt (CH:§33) – Perdoar
12 de agosto de 2022, por Cardoso de CastroRoberto Raposo
O descobridor do papel do perdão no domínio dos assuntos humanos foi Jesus de Nazaré. O fato de que ele tenha feito essa descoberta em um contexto religioso e a tenha enunciado em linguagem religiosa não é motivo para levá-la menos a sério em um sentido estritamente secular. É da natureza de nossa tradição de pensamento político (por motivos nos quais não podemos nos deter aqui) ser altamente seletiva e excluir da conceituação articulada grande variedade de experiências (…) -
Gelven (1972:190-193) – culpa (Schuld)
6 de junho de 2023, por Cardoso de CastroTo be able to be guilty means to see one’s own existence as that at which one can fail or be inadequate, and that this failure is one’s own.
1. To be guilty is to be the basis of a nullity. If one looks at the overall enterprise of Heidegger’s thought, one sees that he is attempting to show how men can reason modally about their own existence, that such reasoning cannot depend upon any characterization of the world as made up of parts, since such a world is itself derived from the modal (…)
Notas
- Arendt (RJ:19-21) – o medo de julgar
- Auxenfants (ET:284-285) – Gewissen e Bewußtsein
- Derrida (2008:147-148) – A Lei e o Crime são próprios do homem
- Derrida (2008:154-155) – O “irreconhecível” é o começo da ética, da Lei, e não do humano
- Escudero (GuiaST:§58) – culpa (Schuld)
- Figal (FL:218-219) – Grundsein - ser-fundamento
- Figal (MHFL:219-221) – responsabilidade
- GA16 (BH:264-265) – choice of responsability
- GA20:440-441 – querer-ter-consciência
- GA29-30:246-247 – assumir o Dasein
- GA65:276 – pertencimento do homem
- Haugeland (2013:10-11) – cada pessoa como uma "comunidade conformativa" a normas
- Kisiel (1995:434-435) – schuld - culpa
- Lovitt: Das, was ein anderes verschuldet
- Raffoul (2010:11-12) – responsabilidade para com o futuro
- Raffoul (2010:16-17) – peso da responsabilidade
- Raffoul (2010:243) – Dasein e responsabilidade
- Raffoul (2010:243-244) – responder
- Raffoul (2010:244-245) – auto-responsabilidade (Selbstverantwortlichkeit)
- Richardson (2003:81-82) – culpa (Schuld)